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Política e Ambiente

Cientistas não acreditam em decisão rápida sobre mudanças climáticas

Além do Protocolo de Quioto

Autor de um dos capítulos do Protocolo de Quioto, justamente o que trata da redução de emissões de gases de efeito estufa para os países industrializados, o físico Luiz Gylvan Meira Filho, ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), acredita que o novo acordo climático global terá que ser bem mais ambicioso que o protocolo e que o processo de negociação desse mecanismo irá muito além da próxima reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, marcada para Dezembro em Copenhaga (Dinamarca).

O Protocolo de Quioto determina a redução em 5% das emissões dos países desenvolvidos entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990. Segundo Meira, o acordo é "pífio" do ponto de vista do volume da redução e o regime climático que o complementará tem necessariamente que ser mais rígido. "É uma questão de números. Quioto disse 'vamos reduzir 5%', o que é preciso fazer agora é reduzir 60%", compara.

"É preciso fazer algo muito mais ambicioso, é verdade que em um prazo mais longo, mas quantitativamente muito diferente. Isso vai levar algum tempo, não vai ficar decidido em Copenhaga", acrescentou Meira, actualmente ligado ao Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP).

Apenas o primeiro passo

A avaliação de que a reunião de Copenhaga será o primeiro e não o passo definitivo para a costura do novo acordo climático global também é compartilhada pelo físico e professor da USP Paulo Artaxo. "Não existe uma solução fácil. Sabemos o caminho, que é reduzir as emissões. Isso está sendo negociado lentamente, porque a complexidade do tema é muito grande", afirmou.

A quatro meses do encontro de Copenhaga, ainda faltam posições mais precisas dos países sobre o que pretendem fazer para evitar o aquecimento perigoso do planeta, avalia Artaxo. Ele criticou a falta de clareza dos líderes das maiores economias mundiais, que durante encontro em Junho concordaram que um aumento de temperatura em 2 graus centígrados é o máximo tolerável, mas não sinalizaram o que farão para alcançar esse objectivo.

"É muito fácil dizer isso sem dizer como fazer e, principalmente, quem vai pagar por isso. Essa discussão restante vai acontecer na COP-15 [Conferência das Partes sobre o Clima, a reunião em Copenhaga] e nos próximos 50 anos", avalia.

Teto para os gases de efeito estufa

Mais que concordar com o limite de aquecimento do planeta em 2° C, os países têm que definir um teto para a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, segundo o climatologista e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Carlos Nobre.

"Esse número hoje é de 450 partes por milhão (ppm) [40% maior que antes da Revolução Industrial]. Os países ricos provavelmente vão defender um número maior, mas a ciência não aprova isso", disse o pesquisador, que é membro do IPCC.

Sem definições líquidas

Nobre diz estar "moderadamente optimista" em relação aos resultados da reunião de Copenhaga, porque, segundo ele, o desafio é muito grande. "Acredito que de lá não sairão definições líquidas, certas, prontas. Vai demorar mais um pouco, mais umas duas COPs", avalia.

A perspectiva de mudança da posição norte-americana em relação às mudanças climáticas - sob o comando de Barack Obama - é um bom sinal, segundo o pesquisador. Os Estados Unidos, único país rico a não ratificar o Protocolo de Quioto, deverão ter um peso definitivo para o sucesso de um novo acordo. "O Obama mostrou liderança. Mostrou uma postura completamente diferente de um ano atrás [gestão George W. Bush]. Mas esse é um processo em etapas", pondera. As informações são da Agência Brasil.

Portugal Digital

 

Empresa atribui códigos de barras a árvores para proteger as florestas

Uma empresa britânica criou um sistema de códigos de barras para identificar as árvores das florestas tropicais da América do Sul, África e Sudeste Asiático de forma a combater o seu abate ilegal, bem como a corrupção no comércio madeireiro e o Aquecimento Global.

A Helveta criou um sistema de códigos de barras, que são fixados nas árvores como etiquetas plásticas semelhantes às que encontramos nos supermercados, para auxiliar os países no controlo das suas reservas de madeira.

Todas as árvores a partir de certo tamanho recebem um código de barras individual que pode ser lido por meio de pequenos computadores de mão. Sempre que uma árvore é cortada é atribuído ao tronco um outro código permitindo às autoridades seguir árvores individuais na cadeia de fornecimento e a verificação dos produtos de exportação nas docas.

O sistema está a ser posto em prática nas florestas tropicais da América do Sul, África e do SudesteAsiático, contribuindo para o combate ao abate ilegal de árvores. Com efeito, e apesar de não impedir o corte das árvores, ao permitir reconhecer automaticamente se se trata de madeira obtida de forma legal pelo facto de possuir um código de barras, o sistema torna mais difícil processar, vender ou exportar as madeiras ilegais. Esta medida permitirá também aos governos a cobrança dos respectivos impostos e ainda beneficiará as empresas nos Estados-Unidos e na Europa facilitando o cumprimento das leis de importação de madeira sustentável.

Por outro lado, ao impedir o abate ilegal de árvores, este sistema contribui para luta contra a desflorestação e os impactos ambientais que lhe estão associados e para a preservação de um importante sequestrador de dióxido de carbono. Com efeito, a Helveta espera que a sua tecnologia permita aos países participar num esquema de protecção das florestas mundiais, útil na luta contra o Aquecimento Global. Este esquema, denominado Redução das Emissões resultantes da Desflorestação e Degradação (REDD), pretende aumentar a área coberta por floresta para absorver o de dióxido de carbono emitido e responsável pela subida do nível do mar, pelos fenómenos climáticos extremos e pelo definhamento dos glaciares.

Naturlink

 

A ganância humana

O ciclo de ganância por trás da indústria global de caça às baleias levou uma população de baleias atrás da outra ao desaparecimento. Ainda não se sabe se algumas espécies irão se recuperar algum dia, após décadas de protecção.

As estatísticas dizem tudo. A população de baleias azuis da Antárctica representa hoje menos de 1% de sua população original, apesar dos 40 anos de completa protecção. Algumas espécies de baleias estão se recuperando, outras não. Apenas um grupo, o de baleias cinzentas do Leste do Pacífico, parece ter voltado aos números originais, mas sua parente próxima, a baleia cinzenta do Oeste do Pacífico, é a mais ameaçada do mundo. Ela está à beira da extinção com apenas 100 exemplares restando no mundo.

Fatos e números

Recentes evidências de DNA mostram que o impacto da caça comercial à baleia pode ser ainda pior do que se pensava previamente. Muitas estimativas históricas de populações de baleia foram inferidas de números antigos de caça à baleia, mas esse método é frequentemente inexacto, de acordo com o biólogo marinho Steve Palumbi, da Hopkins Marine Station da Universidade de Stanford, na Califórnia, EUA.

Em 2003, Palumbi e seus colegas usaram amostras de DNA para estimar que as baleias jubarte podem ter chegado a uma população de 1,5 milhão de exemplares antes do início da caça comercial nos anos 1800. Este número apequena a estimativa prévia de 100 000 aceita pela IWC, baseada em registros de cabeça à baleia do século 19. Apenas cerca de 20 000 jubartes existem hoje.

Enviados japoneses à Comissão Internacional de Caça à Baleia (International Whaling Commission, ou IWC) constantemente se referem a uma estimativa feita em 1990 da população de 760 mil baleias minke na Antárctica. Mas esse número foi retirado pela IWC em 2000 porque pesquisas recentes mostraram um número muito menor de minkes. A nova estimativa é que haja metade dos números anteriores em todas as áreas novamente pesquisadas. Os cientistas da IWC não entendem as razões dessa confusão de números e até hoje não conseguiram chegar a um acordo para uma nova estimativa.

Consumo, contaminação, catástrofe

A caça às baleias não ameaça apenas as baleias. Ao mesmo tempo em que as baleias começaram a ser protegidas, há não mais que meio século, o homem aumentou dramaticamente seu impacto nos oceanos. As ameaças ao habitat natural das baleias incluem o aquecimento global, a poluição, pesca predatória, o buraco na camada de ozónio, encalhes como os produzidos por sistemas de defesa com sonar e trombadas com navios. A pesca industrial ameaça o suprimento de comida das baleias e também as coloca em risco de se prenderem em redes de pesca.

Se você está pensando em comer baleia, deveria pensar de novo – a gordura de baleias mortas em algumas áreas está tão contaminada com organoclorados, óleo PCB e pesticidas que é considerada lixo tóxico! Organoclorados são conhecidos por retardar o desenvolvimento de crianças e afectar a reprodução humana.

Apesar dessas ameaças acumuladas, um número cada vez maior de nações que participam do IWC está votando pela volta imediata da caça comercial à baleia. Alguns novos e entusiasmados membros da IWC incluem Benin, Gabão, Tuvalu e Nauru. Obviamente, esses novos membros e votos não reflectem uma mudança na opinião mundial. Esses países foram todos recrutados para entrar na IWC e votar de acordo com o que é conhecido como “programa de voto consolidado”, estabelecido pela Agência Pesqueira do Japão (FAJ).

Grande Expectativas

Expectativas pela recuperação da população de baleias foram baseadas no senso comum de que, excepto pela caça comercial, o lugar delas no oceano está tão seguro como estava 100 anos atrás. Infelizmente, essa suposição não é mais válida. É por isso que acreditamos que a toda forma de caça à baleia precisa ser interrompida.

Greenpeace

 

Alterações Climáticas – a caminho de um novo tratado global

Um documento que servirá de base ao tratado pós-Quioto que será acordado em Copenhaga no âmbito da Conferência sobre Alterações Climáticas da ONU em Dezembro está pela primeira vez na mesa de negociações.
No início de mais uma ronda de negociações antes da Conferência de Copenhaga onde se acordará um novo tratado global relativamente às Alterações Climáticas o responsável máximo das Nações Unidas está optimista. Com efeito Ivo de Boer afirmou “O momento político é o adequado para um acordo”, acrescentando “Não tenho qualquer dúvida de que a conferência sobre clima de Copenhaga em Dezembro produzirá um resultado”.
O secretário executivo da Convenção de Enquadramento das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas afirma que há, no entanto, ainda “quatro nozes a roer” pendentes: a transparência do processo de redução das emissões dos países industrializados até 2020, a transparência dos esforços de limitação do crescimento das emissões dos países em desenvolvimento; o financiamento estável concedido aos países em vias de desenvolvimento pelas nações industrializadas para que mitiguem os efeitos das alterações climáticas e se adaptem; e um “regime de governo”.
Esta é a segunda ronda de negociações sobre Alterações Climáticas da ONU, que conta com 4000 participantes entre delegados de governos de 182 países e representantes de empresas e da indústria, organizações ambientalistas e instituições de investigação.
Segundo Ivo de Boer, “esta é a primeira vez que há um texto concreto na mesa que pode servir de base para que os governos comecem a delinear o tratado que será acordado em Copenhaga”. No entanto, e como é o caso de todos os textos sujeitos a negociação o esboço do protocolo pós – Quioto (que expira em 2012) está longe de estar finalizado.
A próxima reunião pré-Copenhaga decorrerá entre 10 e 14 de Agosto em Bona, seguindo se lhe um encontro em Banguecoque entre 28 de Setembro e 9 de Outubro e, finalmente uma reunião em Barcelona entre 2 e 16 de Novembro.

Inter Press Service

 

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